De papoilas e trigo vestida
surgiu no horizonte.
surgiu no horizonte.
Trazia colada na pele
a brisa dourada de um campo alentejano
e parecia flutuar,
valsando numa nota só.
a brisa dourada de um campo alentejano
e parecia flutuar,
valsando numa nota só.
Aproximou-se…
trazia consigo
o aroma de pão acabado de cozer,
despertando a fome de um final de dia
na soleira do luar.
trazia consigo
o aroma de pão acabado de cozer,
despertando a fome de um final de dia
na soleira do luar.
Ele viu-a,
mas não sabia se ousava, ou calava.
mas não sabia se ousava, ou calava.
Encheu o peito com aquela visão
até o respirar se tornar doloroso.
até o respirar se tornar doloroso.
Sentiu-se sufocar
e no desespero acordou…
Aos pés
encontrou grãos de trigo displicentemente espalhados pela cama.
encontrou grãos de trigo displicentemente espalhados pela cama.
Junto aos lábios
uma papoila carmim,
viçosa como beijo de amantes.
uma papoila carmim,
viçosa como beijo de amantes.
Sorriu…
e voltou a adormecer
esperando a noite que prometia.
e voltou a adormecer
esperando a noite que prometia.
©Graça Costa
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