sexta-feira, 20 de maio de 2016

A FÉNIX

Trazia no olhar o lamento das aves prevendo tormenta
e nas mãos fechadas a esperança do ultimo raio de sol
adormecendo sobre o mar.

Queria soltar o grito, mas emudecia
deixando que a ternura guardada no peito
fizesse cama no silêncio da voz.

Trazia quimeras entrançadas nos cabelos,
enfeitadas de malmequeres e violetas.

Nos lábios, papoilas silvestres salpicadas de orvalho
como se tivesse sido beijada pelo amanhecer.

Olhá-la , só por si era um poema,
sinfonia,
sonata,
paixão.

Trazia no olhar o lamento das aves,
e no corpo a magia de uma fénix
querendo voar.


©Graça Costa


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