O mar dos olhos transbordou
mas não eram lágrimas que lhe escorriam pela pele.
Cada gota vertia afectos à tanto guardados em cama de orvalho e mel.
Talvez por isso o seu choro não fosse pranto
mas antes chuva de embalo,
suave e melancólico como brisa na seara.
O mar dos olhos transbordou mas ela sorriu.
Sorriu com um sorriso tão doce
como beijo roubado na penumbra do sentir.
Sentiu a maré vir ao seu encontro
e recebeu-a com silêncio de amantes em espera.
Saboreou-a…
e com ela alimentou a alma naquele dia.
©Graça Costa
imagem - Miho Hirano
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