Olho-me no espelho e vejo o cansaço, a dor, o
desalento.
No corpo, as cicatrizes,
os sinais da luta inglória e insane,
em busca de um melhor amanhã que tarda em chegar.
em busca de um melhor amanhã que tarda em chegar.
Procuro no olhar, a esperança,
nas mãos estendidas, o recado silencioso,
o resgate de um abraço,
alimento para o dia que começa.
nas mãos estendidas, o recado silencioso,
o resgate de um abraço,
alimento para o dia que começa.
Assim me visto de crepúsculo e chama,
de candura e lama
de ousadia, fome e fantasia.
de candura e lama
de ousadia, fome e fantasia.
Oleira de mim,
construo o que as mãos permitem
construo o que as mãos permitem
e a pele aceita
sabendo que a obra visível
e a sonhada, sentida,
raramente são comparáveis.
sabendo que a obra visível
e a sonhada, sentida,
raramente são comparáveis.
Aquilo que para uns será sol,
para outros será nevoeiro, vento e maresia.
para outros será nevoeiro, vento e maresia.
Vejo-me a cores, a grafitte ou a pastel.
Como me vêm os outros?
Não sei…
Não sei se quero saber.
Não sei…
Não sei se quero saber.
Sou como sou...
Ainda que ferida,
guardo a beleza da dor
e o esplendor da dádiva,
e o esplendor da dádiva,
ofereço a candura do abraço
e a plenitude do ser.
Assim sou…
Inteira,
porque não sei ser
de outro modo.
Assim me dou...
A quem tiver Alma
para me sentir.
©Graça Costa
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