Tinha a alma fustigada
pelas lembranças de uma
paixão sem memórias.
Naquele imaginário
insólito
jamais se apercebera do
imenso manto de solidão
em que envolvera a sua
vida.
Dia a dia, ia trocando as
máscaras
com que enfrentava os
olhares se se cruzavam com os seus,
vivendo sem viver,
qual espectro de luz de
vela
sujeito à emotividade da
brisa.
Tinha a alma fustigada
por lembranças em marca d’agua,
e sofria…
Precisava sentir a chuva
nos cabelos,
o sol no rosto,
reinventar-se
e como página em branco,
recomeçar.
Um dia ousou viver e
tirou a tirou a máscara.
Guardou-a no armário,
e com a displicência de guerreira
em véspera de batalha
acendeu um fósforo,
virou a costas,
sorriu
e ficou a ouvir o
crepitar das chamas.
©Graça Costa
imagem da web - autor desconhecido
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