Sinto a poesia a nascer-me na pele,
a iluminar-me o olhar ,
e a queimar-me o sentir
como sol de verão.
Sinto o poema
desflorando a madrugada rumo aos meus dedos,
com alma
suor
e sangue
de um alfabeto por inventar.
Emoções e afectos feitas palavras,
ora quentes
ora serenas
ora lamento
ora gemido,
quase prece,
quase dor,
sensuais como beijo
dolorosas como noite de solidão.
Sinto a poesia a crescer-me na pele.
Toco-a ao de leve
e torno-a minha.
Salpico-a com perfume de amante inquieta
e de alma aberta,
partimos ambas ao encontro dos dias,
por ora, apenas sonhados
mas já amados
de tanto sentidos.
©Graça Costa
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