Doces, os sulcos marcados na pele trigueira.
Rugas de esperança,
plantadas pelos caminhos da dor
cansaço e maresia.
Lá longe,
no horizonte da memória
o brilho ténue de um sorriso travesso,
e de um olhar verde cristalino…
memória doce de sonhos de criança.
Nesse rosto quase esquecido
revisito o caminho que me levou a ti.
Na beleza sinuosa dessas rugas
volto a percorrer os sons da descoberta,
os cheiros a salva e maresia
guardados no peito
como tesouros silvestres.
Semicerro os olhos
e deixo-me envolver pelos aromas da vida.
Depois,
na placidez da tarde
enrosco-me no por do sol,
acaricio o rosto com pétalas de luz
e, no aconchego do sonho,
deixo-me ir
em direcção ao teu abraço.
©Graça Costa
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