Escrevo-te
porque as palavras não chegam para o que sinto…
são pequenas e banais
gastas,
supérfluas ,
incoerentes, frugais
e eu preciso delas fortes,
intensas, enormes,
eruptivas,
terapêuticas,
balsâmicas.
porque as palavras não chegam para o que sinto…
são pequenas e banais
gastas,
supérfluas ,
incoerentes, frugais
e eu preciso delas fortes,
intensas, enormes,
eruptivas,
terapêuticas,
balsâmicas.
Escrevo-te porque as palavras que tenho para ti não têm nome.
Trago-as embaladas no peito,
presas na garganta,
gravadas na pele,
como gotas de suor após a tenaz luta do amor.
Trago-as embaladas no peito,
presas na garganta,
gravadas na pele,
como gotas de suor após a tenaz luta do amor.
Escrevo-te com a alma nas mãos
esperando que me estendas as tuas.
Que me agarres ,
que me envolvas,
que me penetres os sentidos
com a emoção da aurora rompendo o dia.
esperando que me estendas as tuas.
Que me agarres ,
que me envolvas,
que me penetres os sentidos
com a emoção da aurora rompendo o dia.
Escrevo-te,
porque os meus olhos estão mudos
e a boca grita silêncios vários.
porque os meus olhos estão mudos
e a boca grita silêncios vários.
Só estas mãos insistem em riscar o papel
na implacável dança de aromas e sons com que construo os dias.
na implacável dança de aromas e sons com que construo os dias.
Escrevo-te para que me recordes assim,
despida de tudo,
despida de mim,
barro nas tuas mãos,
mosto por fermentar,
inacabada,
em espera...
despida de tudo,
despida de mim,
barro nas tuas mãos,
mosto por fermentar,
inacabada,
em espera...
©Graça Costa
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