segunda-feira, 7 de novembro de 2016

OUTRAS PALAVRAS

Trago caladas no peito
palavras que não conheço.
Afetos sem nome
como amoras maduras
prontas a colher.

Nesta imensidão de mim,
escondidas nos recônditos da alma,
tenho guardadas,
quais tesouros,
estas palavras ainda por inventar.

Corro para aquele mar que só eu vejo.

Hipnótico e sedutor
conduz-me a ti
e eu vou…

Neste bailado de ondas e marés
seguras o meu corpo,
e nele nascem  
claras e cristalinas
estas palavras em forma de sorriso.

Soltam-se da garganta numa língua que desconheço,
com a transparência de diamantes ao luar
e a delicadeza de abraços infantis.

Dancemos então…
embebidos no néctar deste tango
agora inventado,
e deixemos que o amor aconteça,
hoje,
amanhã
outro dia,
aqui…
ou em qualquer anel,
de um qualquer Saturno distante.


© Graça Costa


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