Diz-me como suportar
a ausência do que não tive, mas já senti ?
Como calar a dor trilhada na pele
qual pauta inacabada
de mais um pôr de sol sem ti ?
Diz-me que o ontem foi miragem
e o amanhã será coragem.
Diz-me que o medo não tem cor
e que a sorte não tem pressa.
Diz-me que virás
que eu espero
na curva do fim da tarde,
ou na orla do amanhecer
onde te faça sentido,
onde me queiras,
eu espero.
Diz-me …
E eu deixarei as palavras
desfazerem-se num suave arquejo,
num soluçar ligeiro
como onda beijando a areia,
e ali ficarei
até que a mudança da maré
traga os teus dedos à minha pele.
©Graça Costa
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