A palavra habita em mim como a pele.
Comigo respira,
comigo fala,
comigo se alimenta,
comigo ama.
A palavra habita em mim,
e com a sua nudez me visto
para que despojada de mim, me encontre.
Também, com ela cresço
com ela amo
com ela me dou
através do sentir sem reservas
ou do deleite sussurrado ao amanhecer que desponta.
A palavra habita em mim
e na sua melodia
me envolvo,
me enrosco
me perco.
Nela te encontro também
e na torrente das emoções
nelas mergulho,
contigo,
para juntos,
inventarmos um novo alfabeto.
©Graça Costa
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
REENCONTRO
Hoje lancei as mágoas
ao vento que passava por perto.
Fechei a porta
e mergulhei no silêncio em busca de mim
sabendo que me encontraria
nos pedaços de ti guardados no peito.
Bebi o aroma da tua pele,
lavei a alma com memorias do teu olhar,
saciei-me no teu corpo imaginado
e deixei que a serenidade dos afectos
me envolvesse a pele em chama lenta
como lentos os teus beijos,
quais arrepios de morte com sorriso nos lábios.
Hoje lancei as mágoas
ao vento que passava por perto.
Vesti-me de brisa,
e no encantamento da noite deixei-me voar
em direcção ao teu abraço.
©Graça Costa
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terça-feira, 29 de novembro de 2016
OUTONO
Entrou no outono da vida
com os receios de uma criança,
que acaba de descobrir o fascínio de andar.
com os receios de uma criança,
que acaba de descobrir o fascínio de andar.
Eram tantas as mudanças que via
tantas as outras que antevia
tantos os medos,
tantos os Ses
tantas as descobertas,
que aprendeu a desejar conhecer aquele novo Eu.
tantas as outras que antevia
tantos os medos,
tantos os Ses
tantas as descobertas,
que aprendeu a desejar conhecer aquele novo Eu.
Era o corpo que se arredondava
e reclamava, insurrecto, espaço e visibilidade.
Era o desejo,
que meticuloso se adensava em mistérios e exigências,
mandão,
soberano.
Era a volúpia dos sentidos,
nos gestos e na gratidão
mas também no pragmatismo de uma nova missão.
e reclamava, insurrecto, espaço e visibilidade.
Era o desejo,
que meticuloso se adensava em mistérios e exigências,
mandão,
soberano.
Era a volúpia dos sentidos,
nos gestos e na gratidão
mas também no pragmatismo de uma nova missão.
Mas era sobretudo aquela bebedeira de ternura
que lhe escorria pelos dedos,
como mel em fio sobre torradas,
ante o espanto no olhar que a fitava.
Aprendeu a gostar daquela languidez,
tranquila e sedutora como um gato ao sol,
e como isso lhe alimentava o sorriso
e a esperança.
que lhe escorria pelos dedos,
como mel em fio sobre torradas,
ante o espanto no olhar que a fitava.
Aprendeu a gostar daquela languidez,
tranquila e sedutora como um gato ao sol,
e como isso lhe alimentava o sorriso
e a esperança.
Um dia,
deu consigo a pensar
que talvez,
apenas talvez....
o outono da vida,
pudesse afinal ser primavera.
deu consigo a pensar
que talvez,
apenas talvez....
o outono da vida,
pudesse afinal ser primavera.
©Graça Costa
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
BRISA
Hoje vesti-me de vento, penas
e luz.
Parti com a alma em
chamas
e coração estrangulado.
Chamei a serenidade que
carrego nos olhos
e construí um lago
de danças etéreas e flamingos
eternos
flutuando no horizonte.
Hoje, vesti-me de vento.
Depois, acalmei
e tornei-me apenas…
brisa.
©Graça Costa
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OLHARES
com uma serenidade tão
fluída
que parece envolver-nos o
corpo e os sentidos.
consigo sentir a leveza
das searas
envoltas na brisa das marés
e consigo sentir o pulsar
da vida
através da beleza desses olhares.
Nesses dias
a plenitude do Ser esmaga-me
mas não sinto dor.
©Graça Costa
sábado, 26 de novembro de 2016
DEVANEIO
Percorre-me o corpo como se fosse mar
e toca-me a alma como se fosses brisa.
e toca-me a alma como se fosses brisa.
Desperta-me os sentidos e torna-me tua.
Bebe-me.
Saboreia-me.
Bebe-me.
Saboreia-me.
Entranha-me na tua pele
e nessa mescla do tudo e do nada
de excessos e devaneios,
façamos da noite uma melodia de afectos
lânguida e suave como o amor que termina e recomeça,
qual maré,
sem cessar.
e nessa mescla do tudo e do nada
de excessos e devaneios,
façamos da noite uma melodia de afectos
lânguida e suave como o amor que termina e recomeça,
qual maré,
sem cessar.
E quando o cansaço for maior que o desejo
saibamos morrer…
entrelaçados,
exaustos pelo prazer vivido
e pelo que há-de vir
quando o brilho do olhar
voltar a incendiar-nos a pele.
saibamos morrer…
entrelaçados,
exaustos pelo prazer vivido
e pelo que há-de vir
quando o brilho do olhar
voltar a incendiar-nos a pele.
Graça Costa
tela : Victor Bauer 1969
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
EM BUSCA DE TI
Mergulhei na noite em busca de ti
do teu olhar meigo
da tua pele serena e doce
da tua paixão intensa com sabor a mel e a maresia.
Mergulhei na noite em busca de ti.
Nela encontrei o mar dos teus afectos
e nela me tornei onda para desaguar na tua praia.
E o mar sussurrou o teu nome,
a noite fez-se manto
e a lua fez-se
caminho para os meus passos incertos
sedentos de um amor suculento e maduro
pronto para me acolher.
Mergulhei na noite em busca de ti.
Depois senti o teu toque na minha pele,
sorri e deixei-me guiar pela maresia dos sonhos
onde a magia acontece
e a paixão ganha luz
através das tuas mãos .
©Graça Costa
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A GUERREIRA
Tinha a alma fustigada
pelas lembranças de uma paixão sem memórias.
pelas lembranças de uma paixão sem memórias.
Naquele imaginário insólito
jamais se apercebera do imenso manto de solidão
em que envolvera a sua vida.
jamais se apercebera do imenso manto de solidão
em que envolvera a sua vida.
Dia a dia, ia trocando as máscaras
com que enfrentava os olhares se se cruzavam com os seus,
vivendo sem viver,
qual espectro de luz de vela
sujeito à emotividade da brisa.
com que enfrentava os olhares se se cruzavam com os seus,
vivendo sem viver,
qual espectro de luz de vela
sujeito à emotividade da brisa.
Tinha a alma fustigada por lembranças em marca d’agua,
e sofria…
e sofria…
Precisava sentir a chuva nos cabelos,
o sol no rosto,
reinventar-se
e como página em branco,
recomeçar.
o sol no rosto,
reinventar-se
e como página em branco,
recomeçar.
Um dia ousou viver e tirou a tirou a máscara.
Guardou-a no armário,
e com a displicência de guerreira em véspera de batalha
acendeu um fósforo,
virou a costas,
sorriu
e ficou a ouvir o crepitar das chamas.
e com a displicência de guerreira em véspera de batalha
acendeu um fósforo,
virou a costas,
sorriu
e ficou a ouvir o crepitar das chamas.
©Graça Costa
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TALVEZ
Talvez chame saudade,
à lágrima teimosa
espreitando no canto do olho.
Talvez chame tristeza,
àquele olhar perdido nos
confins da memoria.
Talvez chame ternura,
à suavidade do toque da
pele
ou à doçura de um beijo.
Talvez chame magia,
à ternura com
que embalo as palavras
só para vos fazer sorrir.
Talvez o sonho ganhe asas
e vos faça partir,
numa viagem sem rota
rumo a um qualquer
amanhecer.
Talvez estas palavras
ganhem vida
só porque sim…
porque tem que ser.
© Graça Costa
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quinta-feira, 24 de novembro de 2016
PROCURO
Procuro no tempo,
o tempo em que o teu olhar
era a ampulheta dos sonhos
que sonhámos juntos.
Procuro no tempo,
o tempo em que do toque da pele
nascia a magia do entardecer
e no beijo trocado,
ternura aos pedaços
guardada na memória de dias errantes.
Procuro no tempo ,
o tempo em que na escuridão da noite
segui os teus passos
e na melodia do bater do coração te encontrei.
Procuro-te no tempo que foi
e no que há-de vir,
porque sem ti na minha pele
não existe amanhecer.
o tempo em que o teu olhar
era a ampulheta dos sonhos
que sonhámos juntos.
Procuro no tempo,
o tempo em que do toque da pele
nascia a magia do entardecer
e no beijo trocado,
ternura aos pedaços
guardada na memória de dias errantes.
Procuro no tempo ,
o tempo em que na escuridão da noite
segui os teus passos
e na melodia do bater do coração te encontrei.
Procuro-te no tempo que foi
e no que há-de vir,
porque sem ti na minha pele
não existe amanhecer.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
HAVE YOU EVER
Have you ever thought
how love can fill your cells
with the warm light of tenderness
how it makes your heart and soul talk
different languages
as if eternity had made its home inside
you.
Have you ever thought
that passion without love
are ashes of unborn fire
and soul mates are divine miracles
borne without asking
with rainbows sparkling in their eyes.
Have you ever thought
that we were meant to be
long before we knew it
and that we have the magic chance
to show t that love is really the key
to new and shiny dreams
able to change the world.
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VERTIGEM
Vertigem...
Alquimia de afectos.
Sentidos incandescentes,
profusão estonteante de aromas e sabores.
Depois o silêncio,
o deleite do saboreio nos teus olhos almiscarados
em busca dos meus.
E novamente o toque da pele.
E novamente a magia,
e o mistério da descoberta de ti.
Vertigem...
sede,
magia,
paixão.
Imensidão de eternidade.
Ternura serena na fusão dos corpos,
em chama lenta.
©Graça Costa
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o deleite do saboreio nos teus olhos almiscarados
em busca dos meus.
E novamente o toque da pele.
E novamente a magia,
e o mistério da descoberta de ti.
Vertigem...
sede,
magia,
paixão.
Imensidão de eternidade.
Ternura serena na fusão dos corpos,
em chama lenta.
©Graça Costa
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segunda-feira, 21 de novembro de 2016
DIZ-ME
Diz-me como suportar
a ausência do que não tive, mas já senti ?
Como calar a dor trilhada na pele
qual pauta inacabada
de mais um pôr de sol sem ti ?
Diz-me que o ontem foi miragem
e o amanhã será coragem.
Diz-me que o medo não tem cor
e que a sorte não tem pressa.
Diz-me que virás
que eu espero
na curva do fim da tarde,
ou na orla do amanhecer
onde te faça sentido,
onde me queiras,
eu espero.
Diz-me …
E eu deixarei as palavras
desfazerem-se num suave arquejo,
num soluçar ligeiro
como onda beijando a areia,
e ali ficarei
até que a mudança da maré
traga os teus dedos à minha pele.
©Graça Costa
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sábado, 19 de novembro de 2016
AQUELE BEIJO
Aquele beijo
tinha o sabor encantado das palavras não ditas,
tinha a doçura da fruta madura
e a ternura de um por de sol prateado à beira mar.
Aquele beijo
tinha o querer e o não querer,
o vazio e a plenitude,
a intensidade do nascimento
e o poder da paixão a fermentar.
Aquele beijo
tinha o aroma de chocolate quente
e a beleza de uma buganvília
lambendo uma parede alva
como neve em pleno verão.
Aquele beijo
foi principio e fim
de qualquer coisa por inventar
que espera na beira da noite
luz para caminhar.
tinha o sabor encantado das palavras não ditas,
tinha a doçura da fruta madura
e a ternura de um por de sol prateado à beira mar.
Aquele beijo
tinha o querer e o não querer,
o vazio e a plenitude,
a intensidade do nascimento
e o poder da paixão a fermentar.
Aquele beijo
tinha o aroma de chocolate quente
e a beleza de uma buganvília
lambendo uma parede alva
como neve em pleno verão.
Aquele beijo
foi principio e fim
de qualquer coisa por inventar
que espera na beira da noite
luz para caminhar.
POESIA
Sinto a poesia a nascer-me na pele,
a iluminar-me o olhar ,
a queimar-me o sentir.
Sinto o poema
desflorando a madrugada rumo aos meus dedos,
com a alma
o suor
e a paixão
de um alfabeto por inventar.
Emoções e afectos,
palavras,
ora quentes e serenas
ora lamentos, gemidos,
quase prece,
quase dor
envolvem-me os dedos e o olhar.
Sinto a poesia a crescer-me na pele.
Toco-a ao de leve
e torno-a minha.
Salpico-a com perfume de amante inquieta
e com a alma aberta,
parto ao encontro dos dias,
por ora apenas sonhados
mas já tão sentidos...
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
MEU CORPO
Meu corpo,
página em branco para tuas mãos,
beijo para lábios inqueitos,
ora meigos,
ora urgentes.
Meu corpo,
tela de textura leve,
ora algodão,
ora linho,
ora cetim,
desafio que te ofereço por inteiro
para que nele te percas e te encontres.
Meu corpo,
teu…
para que desfrutes,
saboreies,
te alimentes,
me alimentes,
me sacies a fome de te querer
e me coles na pele,
a urgência de te ter.
©Graça Costa
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AQUI
Aqui estou
no desejo do que sou,
no que ficou depois de ti,
no lamento da esperança que morreu
antes de ser mar.
Aqui estou
com a sede à flor da pele
e a fome escondida na razão que já não é;
na história por escrever mas já sonhada,
por viver mas já sentida,
aguarelada na aurora
que lenta vai desflorando a madrugada.
Aqui estou
nesta travessia de mim,
em busca do nós que já fomos
e do amanhã que inventamos
em cada toque,
em cada beijo
em cada entrega.
Aqui estou
esperando a eterna magia do toque,
da tua
na minha pele.
©Graça Costa
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
DEPOIS
Trazia o outono nos cabelos
e um prado de erva fresca no olhar.
Caminhava como se trouxesse o luar nos pés,
iluminando o caminho
e semeando sorrisos.
O corpo nu,
convidava ao deleite de noites de verão
embaladas por brisa suave
e choro de guitarras.
Entreguei-me ao entardecer,
como se pudesse parar o tempo
e quase em súplica, sussurrei o teu nome ao vento.
Foi então que chegaste
e me cobriste o corpo de beijos
com a fome dos dias longos
e das noites por inventar.
Dei-me de novo
como da primeira vez,
sem medos nem lamentos,
toda alma,
todo corpo,
toda luz.
Depois veio a magia dos nossos corpos em chama,
o milagre da fusão
a exaustão.
o milagre da fusão
a exaustão.
Enrolei-me no teu corpo de mel
e deixei o sono levar-me
até ao mundo doce dos sonhos e das memórias.
Sereno o sono depois do amor...
©Graça Costa
terça-feira, 15 de novembro de 2016
NÃO ESPERES
Não esperes pela madrugada para me amares.
Não esperes pelo amanhecer para me contemplares.
Não esperes pelo entardecer para me sorrires.
Não esperes, porque podem não chegar.
Não esperes porque não és dono do tempo
e o destino pode ter planos diferentes dos teus.
Não esperes...
Ama-me o mais que puderes
sempre que puderes,
onde puderes.
Sorri-me. como se não houvesse amanhã
e o sol morasse na minha pele.
Beija-me a pele com a ternura do amanhecer.
Toca-me com a magia das tempestades em alto mar,
fascinantes, furiosas, inconstantes, majestosas.
Mas nunca te esqueças.
Não esperes...
que o amanhã é incerto
e agora tens-me por perto
toda afecto
toda luz
toda tua.
Não esperes...
©Graça Costa
Não esperes pelo amanhecer para me contemplares.
Não esperes pelo entardecer para me sorrires.
Não esperes, porque podem não chegar.
Não esperes porque não és dono do tempo
e o destino pode ter planos diferentes dos teus.
Não esperes...
Ama-me o mais que puderes
sempre que puderes,
onde puderes.
Sorri-me. como se não houvesse amanhã
e o sol morasse na minha pele.
Beija-me a pele com a ternura do amanhecer.
Toca-me com a magia das tempestades em alto mar,
fascinantes, furiosas, inconstantes, majestosas.
Mas nunca te esqueças.
Não esperes...
que o amanhã é incerto
e agora tens-me por perto
toda afecto
toda luz
toda tua.
Não esperes...
©Graça Costa
sábado, 12 de novembro de 2016
THE PEARL DRESS
The expectation of the waiting
made her tears turn pearls.
With them,
she made a dress
and while she waited
she invaded the room with a melody of sadness.
The expectation of the waiting
made her turn a pearly little ghost dancing across the room.
Suddenly she began to hear his steps on the horizon
and a wide open smile enlightened her face.
Across the mist she went,
leaving a pearl in every step of the way,
just to guide you
just to lead the way.
Breathtaking your arrival.
A single pearl was there
melting on her lips,
waiting for the touch of your kiss
and her body, naked as a tree in the winter
begged for your touch.
© Graça Costa
imagem . Pinterest
made her tears turn pearls.
With them,
she made a dress
and while she waited
she invaded the room with a melody of sadness.
The expectation of the waiting
made her turn a pearly little ghost dancing across the room.
Suddenly she began to hear his steps on the horizon
and a wide open smile enlightened her face.
Across the mist she went,
leaving a pearl in every step of the way,
just to guide you
just to lead the way.
Breathtaking your arrival.
A single pearl was there
melting on her lips,
waiting for the touch of your kiss
and her body, naked as a tree in the winter
begged for your touch.
© Graça Costa
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OS DIAS DOS DIAS
Nos dias em que acordo água,
o rio que corre neste meu corpo feito leito
desce no meu peito em jeito de desmaio
e torna-se, não é mais que um gemido,
implorando pelas tuas mãos.
Nos dias em que acordo fogo,
a chama que me invade os sentidos
reclama os dedos da paixão,
a loucura da eternidade nos teus braços,
sem principio nem fim
apenas momento.
Nos dias em acordo névoa,
fico perdida sem saber como aconteceu.
Magia neste tocar sem ser vista, mas intuída,
roubando carinhos
depositando-te beijos lentos,
baixinho como lamentos.
Nesses dias, olho-me no espelho e sorrio
porque mesmo na penumbra da tarde,
ainda que névoa,
o teu corpo reconhece-me,
a magia acontece,
e saciamos a fome
ao ritmo do anoitecer que amanhece.
© Graça Costa
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quinta-feira, 10 de novembro de 2016
FUSÃO
Transporta-me nos teus sonhos
como se eu fosse brisa.
Saboreia-me como se fosse mel.
Liberta-te dos medos
e deixa que o espanto de um novo sentir
te invada o corpo,
o olhar,
o querer.
Transporta-me nos teus sonhos
como se eu fosse mar
e tu maresia;
como se eu fosse noite
e tu luar;
como se o meu corpo fosse página em branco
e tu , tinta fresca para me escrever.
Transporta-me nos teus sonhos
e atreve-te a deixar o sonho acontecer.
Que a magia nasça
dos teus lábios na minha pele,
e da fusão dos corpos
a fogueira lenta do amanhecer.
©Graça Costa
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como se eu fosse brisa.
Saboreia-me como se fosse mel.
Liberta-te dos medos
e deixa que o espanto de um novo sentir
te invada o corpo,
o olhar,
o querer.
Transporta-me nos teus sonhos
como se eu fosse mar
e tu maresia;
como se eu fosse noite
e tu luar;
como se o meu corpo fosse página em branco
e tu , tinta fresca para me escrever.
Transporta-me nos teus sonhos
e atreve-te a deixar o sonho acontecer.
Que a magia nasça
dos teus lábios na minha pele,
e da fusão dos corpos
a fogueira lenta do amanhecer.
©Graça Costa
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segunda-feira, 7 de novembro de 2016
OUTRAS PALAVRAS
Trago caladas no peito
palavras que não conheço.
Afetos sem nome
como amoras maduras
prontas a colher.
Nesta imensidão de mim,
escondidas nos recônditos da alma,
tenho guardadas,
quais tesouros,
estas palavras ainda por inventar.
Corro para aquele mar que só eu vejo.
Hipnótico e sedutor
conduz-me a ti
e eu vou…
Neste bailado de ondas e marés
seguras o meu corpo,
e nele nascem
claras e cristalinas
estas palavras em forma de sorriso.
Soltam-se da garganta numa língua que desconheço,
com a transparência de diamantes ao luar
e a delicadeza de abraços infantis.
Dancemos então…
embebidos no néctar deste tango
agora inventado,
e deixemos que o amor aconteça,
hoje,
amanhã
outro dia,
aqui…
ou em qualquer anel,
de um qualquer Saturno distante.
© Graça Costa
A QUEIMAR POR DENTRO
Hoje acordei a queimar por dentro,
a alma num sobressalto
e a vida suspensa
num não sei quê de esperança.
Hoje acordei com a pele em chamas
fogo no olhar
e uma generosidade no abraço
com que recebi o amanhecer.
Hoje o dia nasceu sereno
e eu renasci com ele,
mais terna,
com a suavidade de uma onda lambendo a areia
ou uma borboleta namorando a flor do verão.
Hoje,
foi um ontem com fé no amanhã,
com fé em mim.
E foi assim,
que o acordar a queimar por dentro,
se tornou sinal
de que aquele dia.
era dia de tentar ser Feliz.
sábado, 5 de novembro de 2016
ACOLHE-ME
Acolhe-me no teu corpo
como se fosses berço para o meu descanso.
Embriaga-me de carícias e palavras soltas
doces, mesmo que sem sentido.
Coloca no tom da tua voz
a musica das almas cansadas,
e acolhe-me no teu corpo
como se fosses mar
e eu maré,
como se fosses onda
morrendo na praia
e eu a praia para te receber.
Acolhe-me,
que eu a ti me dou
sem medos nem reservas,
corpo aberto ao encontro de almas
que só o amor ternura percebe.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
GOSTO
Gosto deste amor...
puro,
simples,
belo,
cristalino como gota de orvalho
penetrada por um raio de sol ao amanhecer.
simples,
belo,
cristalino como gota de orvalho
penetrada por um raio de sol ao amanhecer.
Gosto deste ter-te e não te ter,
do desejo,
de te sentir antes de te ver,
do teu toque suave e intenso como noite de luar.
do desejo,
de te sentir antes de te ver,
do teu toque suave e intenso como noite de luar.
Gosto das noites que me consomem
e me espantam,
da luz que me eclode no peito
e me invade o corpo febril.
e me espantam,
da luz que me eclode no peito
e me invade o corpo febril.
Gosto deste amor cristalino,
simples,
belo,
curioso...
aventura dos sentidos,
quadro aberto ao desconhecido,
que vou escrevendo...
sem pressas.
simples,
belo,
curioso...
aventura dos sentidos,
quadro aberto ao desconhecido,
que vou escrevendo...
sem pressas.
©Graça Costa
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terça-feira, 1 de novembro de 2016
DEIXA
Deixa
que a noite invada o horizonte das memórias
e os dias sejam de eternos recomeços
ainda que errantes e incertos.
Deixa
que os teus passos
sigam as minhas pegadas
e que a paixão seja a melodia
dos caminhos por inventar.
Deixa
que o meu corpo seja tela virgem
para o arrojo dos sentidos
e que consigas ler nos meus olhos
as castas que te escrevo sem palavras.
Deixa-me correr ao teu encontro
com a certeza que de sabes,
exactamente como tocar-me o corpo
e a alma sentir-se beijada;
com a certeza de que basta um olhar
para te sentir dentro de mim,
meu pintor de corpos e telas,
de paixões incertas
e momentos eternos,
gravados em segundos.
EM CONTRUÇÃO
No outono da vida reencontro-me comigo.
Redescubro paisagens esquecidas,
memorias arrumadas em papel de cetim
ou embrulhadas em caixas de cartão.
Nas cores do Outono invento a Primavera que virá.
Observo o namoro dos dias sombrios
com outros, vibrantes de sol e cor.
Com eles construo a paleta de sorrisos,
adubo do tempo que dentro de mim vai nascendo.
Assim, vou construindo a tela da vida...
com rugas e sorrisos,
alma e sentidos.
Assim, renasço na sombra dos dias,
com a beleza imperfeita
de um Ser em construção.
©Graça Costa
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