Amarro o
vento ao corpo
como se ele
fosse um imenso campo, e num desatino sem nome
deixo-o varrer-me da pele
toda a dor,
todo o cansaço,
todo caminho sem destino marcado.
De derrota
em derrota
vou entrançando
cicatrizes e delas faço tele virgempara outras viagens.
Levei sempre
comigo o vestido de vento
como se ele
fosse um imenso campoem que me espraio e me encanto,
em que te chamo num pranto
também ele sem nome e sem canto,
mas que tu ouves
e sentes
e sabes que é a ti que te chama,
como sussurro
ou suspiro
ou beijo de encanto.
Não sei se
quebro esta dor
ou se ela me
leva para outras paragens,mas quero que saibas
que presente ou ausente,
estarei sempre velando o teu sono.
Podes
encontrar-me no canto mais doce do teu sorriso,
também ele
doce,na tua pele,
porque nela vivo
e nela escrevo os poemas que guardas,
mesmo quando trago o vento amarrado no corpo
e pareço fugir ao encontro do amanhecer.
©Graça Costa
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